segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Soneto do Quase-amor



Vá, arremessa-te de inteiro a uma pessoa

Perca-se em si e se encontre nela

Seja um barco de paixão com o desejo à proa

Apague os faróis dos olhos e acenda a vela


Sejas o corpo um grito e alma que ecoa

O sentir prisioneiro e o sentido a cela

Viva assim por uns tempos, e a vida será boa

Tua boca será tinta, e a do outro tela


Mas, enfim, um dia a obra se completa

A vontade esvai e se revela a verdade

Difere-se da arte o ser esteta


Percebe que não procuras a metade

Busca sim a obra de arte sem contorno

Que vem pra ser você e não seu adorno

Um comentário:

Carolina D. R. disse...

Olha! Uma publicação!
Esse ficou muito lindo mesmo.