Soneto do Quase-amor
Vá, arremessa-te de inteiro a uma pessoa
Perca-se em si e se encontre nela
Seja um barco de paixão com o desejo à proa
Apague os faróis dos olhos e acenda a vela
Sejas o corpo um grito e alma que ecoa
O sentir prisioneiro e o sentido a cela
Viva assim por uns tempos, e a vida será boa
Tua boca será tinta, e a do outro tela
Mas, enfim, um dia a obra se completa
A vontade esvai e se revela a verdade
Difere-se da arte o ser esteta
Percebe que não procuras a metade
Busca sim a obra de arte sem contorno
Que vem pra ser você e não seu adorno
Um comentário:
Olha! Uma publicação!
Esse ficou muito lindo mesmo.
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